sábado, 14 de julho de 2012



"Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem. Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre."

(Martha Medeiros)
"Uma vez, escutei uma coisa que nunca mais esqueci: se o que você está fazendo não está dando resultado, talvez o problema não seja atingir a forma certa, e sim refazer as coisas. Fazer de novo, de um novo jeito. Se o seu jeito não está funcionando, troque de jeito até acertar."

(Clarissa Corrêa)

domingo, 13 de maio de 2012



Este foi o melhor texto sobre o que é ser mãe que vi até hoje... fiquei bastante emocionada e não poderia deixar de compartilhar com vocês, minhas amigas, companheiras de leitura, seguidoras e mamães queridas...

Nós estamos sentadas almoçando quando minha filha casualmente menciona que ela e seu marido estão pensando em "começar uma família". Ela diz, meio de brincadeira:
- Nós estamos fazendo uma pesquisa. Você acha que eu deveria ter um bebê?

Eu digo cuidadosamente mantendo meu tom neutro:
- Vai mudar a sua vida.

Ela diz:
- Eu sei. Nada de dormir até tarde nos finais de semana, nada de férias espontâneas...
Mas não foi nada disso que eu quis dizer.
Eu olho para a minha filha, tentando decidir o que dizer a ela.
Eu quero que ela saiba o que ela nunca vai aprender no curso de casais grávidos.
Eu quero lhe dizer que as feridas físicas de dar à luz irão se curar, mas que tornar-se mãe deixará uma ferida emocional tão exposta que ela estará para sempre vulnerável.

Eu penso em alertá-la que ela nunca mais vai ler um jornal sem se perguntar "e se tivesse sido o MEU filho?"
Que cada acidente de avião, cada incêndio irá lhe assombrar. Que quando ela vir fotos de crianças morrendo de fome, ela se perguntará se algo poderia ser pior do que ver seu filho morrer.
Olho para suas unhas com a manicure impecável, seu terno estiloso e penso que não importa a quão sofisticada ela seja, tornar-se mãe irá reduzi-la ao nível primitivo da ursa que protege seu filhote.

Que um grito urgente de "Mãe!" fará com que ela derrube um suflê na sua melhor louça sem hesitar nem por um instante.
Eu sinto que deveria avisá-la que não importa quantos anos ela investiu em sua carreira, ela será arrancada dos trilhos profissionais pela maternidade.

Ela pode conseguir uma escolinha, mas um belo dia ela entrará numa importante reunião de negócios e pensará no cheiro do seu bebê.
Ela vai ter que usar cada milímetro de sua disciplina para evitar sair correndo para casa, apenas para ter certeza de que o seu bebê está bem.

Eu quero que a minha filha saiba que decisões do dia a dia não mais serão rotina.
Que a decisão de um menino de 5 anos de ir ao banheiro masculino ao invés do feminino no McDonalds se tornará um enorme dilema. Que ali mesmo, em meio às bandejas barulhentas e crianças gritando, questões de independência e gênero serão pensadas contra a possibilidade de que um molestador de crianças possa estar observando no banheiro.

Não importa quão assertiva ela seja no escritório, ela se questionará constantemente como mãe.

Olhando para minha atraente filha, eu quero assegurá-la de que o peso da gravidez ela perderá eventualmente, mas que ela jamais se sentirá a mesma sobre si mesma.

Que a vida dela, hoje tão importante, será de menor valor quando ela tiver um filho.
Que ela aprenderá a dar o verdadeiro valor a sua mãe.

Saberá que uma noite tranquila não significa que foi dormida por inteiro.
Que ela a daria num segundo para salvar sua cria, mas que ela também começará a desejar por mais anos de vida - não para realizar seus próprios sonhos, mas para ver seus filhos realizarem os deles.

Eu quero que ela saiba que a cicatriz de uma cesárea ou estrias se tornarão medalhas de honra.

O relacionamento de minha filha com seu marido irá mudar, mas não da forma como ela pensa. Eu queria que ela entendesse o quanto mais se pode amar um homem que tem cuidado ao passar talco num bebê ou que nunca hesita em brincar com seu filho. 

Eu acho que ela deveria saber que ela se apaixonará por ele novamente por razões que hoje ela acharia nada românticas.

Eu gostaria que minha filha pudesse perceber a conexão que ela sentirá com as mulheres que através da história tentaram acabar com as guerras, o preconceito e com os motoristas bêbados.
Eu espero que ela possa entender porque eu posso pensar racionalmente sobre a maioria das coisas, mas que eu me torno temporariamente insana quando eu discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro de meus filhos.

Eu quero descrever para minha filha a enorme emoção de ver seu filho aprender a andar de bicicleta.
Eu quero mostrar a ela a gargalhada gostosa de um bebê que está tocando o pelo macio de um cachorro ou gato pela primeira vez. Eu quero que ela prove a alegria que é tão real que chega a doer. O olhar de estranheza da minha filha me faz perceber que tenho lágrimas nos olhos.
"Você jamais se arrependerá", digo finalmente.



Então estico minha mão sobre a mesa, aperto a mão da minha filha e faço uma prece silenciosa por ela, e por mim, e por todas as mulheres meramente mortais que encontraram em seu caminho este que é o mais maravilhoso dos chamados.

Este presente abençoado de Deus que é ser Mãe.

domingo, 22 de abril de 2012



E se eu lhe disser que tenho medo de ser feliz pra sempre?



Martha Medeiros



Aqui, nenhum silêncio dura o bastante. Porque eu já não sei mais me calar nesses cantos e ziguezaguear nesses becos tortuosos. Aqui a alma é arejada e conjuga o verbo expandir, com toalhas batendo nas escadas e uma alma de gente grande que carrega a criança nos ombros, os horizontes nos olhos e acorda com o Sol aquecendo as entradas. Não sei fechar as janelas. Deixo o coração solto com as portas entreabertas para quem quiser ousar, olhar e entrar. Depois de tantos pulos e quedas, a gente aprende a abrir os olhos e deixar o vento secar o piso escorregadio das certezas. E sabe, já nem dói tanto. O meu amor ainda sara apressado.
É que em mim, nessas horas, nessas prosas bem nossas, é que a vida acontece. Todos os dias.

Pricila Rôde



Permiti o choro para poder fluir, não que soubesse que isso realmente aconteceria. Mas para sentir que alguém me ouviria. As coisas são como estão e não há choro que mude isso. Aliás, desconheço qualquer forma rápida de cura. É preciso consciência das coisas, viver é trabalhoso e muitas vezes me atrapalho toda. É um choro que dura alguns minutos, eu me rendo a ele. É aprendizado, lembrança. Nuvens sempre passam, momentos chuvosos também. É pensamento divino. 

Na verdade era só um acordar da alma. Não acredito em botões mágicos nem em choros revitalizantes. Eu acredito em fé, em vontade de mudar, de crescer, de fazer de novo ou de fazer-se novo.
  
|vanessa leonardi|


Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você
Por que em tão pouco tempo
Faz tanto tempo que eu te queria!
*-* Zélia Duncan


Amor é um destino feliz ao fim de um caminho difícil por uma estrada sem atalhos.

Amor é quando a esperança tem paciência.

Amor é colecionar detalhes.

Amor é quando a gente sonha acordado e só sabe que é verdade porque tem alguém ao lado sonhando o mesmo sonho que você.

Amor é querer pertencer ao outro, não por submissão ou posse, mas por entrega.

Amor é a cada dia que passa estar sempre mais perto do início do que do fim.

Amor é quando a solidão tem vontade de ser você.

Amor é tentar concentrar ao assistir um filme, mesmo sabendo que ao seu lado está a pessoa mais linda do mundo.

Amor é encontrar alguém que reúna os seus defeitos preferidos. (...)

Amor é procurar roupas parecidas com aquela que ele elogiou.

Amor é aprender não só a fazer, mas a querer fazer.

Amor é ter sempre alguém na mente enquanto o corpo se esforça para fazer outras coisas.

Amor é convencer o outro a fazer o que será melhor para ele, nunca o que será melhor para você.

Amor é não desistir.

Amor é nunca se despedir, e isso não é não ter fim.

Amor é quando a ausência não se faz presente, pois de algum modo se está sempre ali.

Amor é ter orgasmos não só no sexo.

Amor é quando ao deixar alguém você sente que deixou a você mesmo.

Amor é perceber que a sua felicidade é importante para o outro.

Amor é quando é simples de sentir, complicado de explicar e trabalhoso para se manter.

Amor é quando o seu espírito descobre um abrigo e não é o seu corpo.

Amor é não se contentar com pouco sem exigir mais do que o outro pode dar.

Amor é sentir a necessidade de ser sempre sincero.

Amor é quando dói mentir.

Amor é o infinito onde as paralelas do sentimento e do relacionamento deveriam, mas nem sempre se encontram.

Amor é o que se leva uma vida para acontecer e muitas outras para se esquecer.

Amor é um estado raro em que em alguns casos a felicidade supera a reciprocidade. E chega o tempo em que finalmente se aceita que o verdadeiro amor não é aquele que necessariamente se concretizou de verdade; o amor da sua vida não é aquele que fica a vida toda por toda a sua vida; o amor que importa em sua existência é o que você sente por aquela só pessoa, por tanto tempo, anos e dias sem jamais pensar que desperdiçou um segundo sequer de sua vida.

Amor é escolher sentir saudade. Amor é, por fim, o que só você entende.

Autor desconhecido


"Não sabia que somando as incompreensões, 
é que se ama verdadeiramente. 
Porque eu, só por ter tido carinho,
 pensei que amar é fácil. 
É porque eu não quis o amor solene, 
sem compreender que a solenidade ritualiza
 a incompreensão e a transforma em oferenda. 
(...) É porque no fundo eu quero amar
 o que eu amaria - e não o que é."

 
[Clarice Lispector]


“Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te simplesmente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira (…)

Pablo Neruda



Coisa rara e bonita é a gente poder se comunicar por meio da alma, sem que palavra alguma necessariamente aconteça.

-Ana Jácomo



(...)

Namora, quem diz: "Precisamos muito conversar"; e quem é capaz de perder tempo, muito tempo, com a mais útil das inutilidades e pensar no ser amado, degustar cada momento vivido e recordar palavras, fotos e carícias com uma vontade doida de estourar o tempo e embebedar-se de flores astrais.

Namora, quem fala da infância e da fazenda das férias, quem aguarda com aflição o telefone tocar e dá um salto para atendê-lo antes mesmo do primeiro "trim". Namora, quem namora, quem à toa chora, quem rememora, quem comemora datas que o outro esqueceu. Namora, quem é bom, quem gosta da vida, de nuvem, de rio gelado e parque de diversões.

Namora, quem sonha, quem teima, quem vive morrendo de amor e quem morre vivendo de amar. 


Artur de Távola




Não me iludo mais com metades que a gente encontra pelo caminho. Hoje, se tem uma coisa que eu me transbordo e me encanto - pateticamente -, é com pessoas inteiras. Reconheço de longe a vastidão que essas almas carregam dentro.


Bibiana Benites