Um caso destes, que acontecem todo dia.
Você já teve que renunciar um sentimento por causa das circustâncias? Esquecer alguém, romper um contato ou coisa do tipo?
Eu já.
É difícil, é complicado, é doloroso, mas nunca ninguém morreu disso. Depois passa, às vezes demora, a gente segue a vida, conhece outras pessoas e continua. Aquele amor (ou o que tenha sido) que foi renunciado, sublimado, colocado para baixo do tapete, vira uma simples lembrança (às vezes não tão simples) que acompanha a nossa vida, mas não acompanha os acontecimentos frenéticos dela. Torna-se apenas uma nostálgica gravura, pendurada na parede das recordações.
Tentamos substituir aquela gravura antiga por algo mais recente, mais moderno, mais alegre, porém, só trocamos a gravura de lugar, para que ela não fique numa posição tão visível para nós. Tentamos, mas ela permanece ali. Na parede das recordações.
Um certo dia, encontramos o quadro perfeito para figurar o centro da nossa sala. Aquele gigante, para ser pendurado em cima da lareira (isso pode ter parecido brega, mas eu não sou decoradora de interiores, certo? Certo.). E aí, todas as outras gravuras são realocadas (algumas até descartadas), de forma que a pintura principal fique ali, disposta de forma harmoniosa, em conjunto com todo o resto. Quase não sobrou espaço, mas aquela nostálgica gravura permanece ali.
Eu tenho esta gravura.
Não tenho o quadro principal, não sei ainda a disposição de todas as obras na minha parede de recordações, não faço idéia de como eu vou alocá-las todas. Mas ela vai sempre permanecer ali. É minha única certeza.
Bridget Jones
Nenhum comentário:
Postar um comentário