quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Um caso destes, que acontecem todo dia.



Você já teve que renunciar um sentimento por causa das circustâncias? Esquecer alguém, romper um contato ou coisa do tipo?

Eu já.

É difícil, é complicado, é doloroso, mas nunca ninguém morreu disso. Depois passa, às vezes demora, a gente segue a vida, conhece outras pessoas e continua. Aquele amor (ou o que tenha sido) que foi renunciado, sublimado, colocado para baixo do tapete, vira uma simples lembrança (às vezes não tão simples) que acompanha a nossa vida, mas não acompanha os acontecimentos frenéticos dela. Torna-se apenas uma nostálgica gravura, pendurada na parede das recordações.

Tentamos substituir aquela gravura antiga por algo mais recente, mais moderno, mais alegre, porém, só trocamos a gravura de lugar, para que ela não fique numa posição tão visível para nós. Tentamos, mas ela permanece ali. Na parede das recordações.

Um certo dia, encontramos o quadro perfeito para figurar o centro da nossa sala. Aquele gigante, para ser pendurado em cima da lareira (isso pode ter parecido brega, mas eu não sou decoradora de interiores, certo? Certo.). E aí, todas as outras gravuras são realocadas (algumas até descartadas), de forma que a pintura principal fique ali, disposta de forma harmoniosa, em conjunto com todo o resto. Quase não sobrou espaço, mas aquela nostálgica gravura permanece ali.

Eu tenho esta gravura.

Não tenho o quadro principal, não sei ainda a disposição de todas as obras na minha parede de recordações, não faço idéia de como eu vou alocá-las todas. Mas ela vai sempre permanecer ali. É minha única certeza.


Bridget Jones

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