domingo, 26 de fevereiro de 2012



Permita-me um pedido: Quero uma vida em branco! Isso mesmo, em branco, onde eu possa colorir uma nova história, com personagens de olhos bem arregalados para que o novo desenho nasça sem erros. Quero muitas cores. Muitas mesmo. Quero tantas quantas forem possíveis para esquecer o cinza da quarta-feira que fere. Além das cores quero também perfumes. Quero cheiro da manhã bem como daquilo tudo o que é novo, que acaba de nascer, que tem força... 
O risco de me perder neste novo desenho é mínimo, pois não faltarão luzes a me guiar pelas linhas traçadas a mão livre e forte.
 Aviso que esta vida em branco terá como seu primeiro traço a linha do horizonte, daqueles a perder de vista, para que assim eu caminhe muito conhecendo novas pessoas. E quanto a você, não se preocupe.
Terás seu lugar nesta nova vida, mas corra, pois as vagas são poucas. Serás bem vindo, desde que traga sua sinceridade e disposição para continuar a ser chamado de amigo. O que? Se nesta vida as mágoas terão espaço? Ah, não, essas não combinam com o novo colorido. O lugar que antes era reservado às mágoas agora será dedicado ao cuidado de saber quem realmente quer figurar nesta nova moldura.
 
Agora se não for possível dar-me uma vida em branco, dê-me uma borracha, para que eu apague lembranças e sorrisos que um dia feriram esta alma que hoje suplica o direito de recomeçar.
 

Julio César Lima

2 comentários:

  1. Maravilhosa essa crônica de Julio Cesar Lima. Trabalhei com ela em encontro de Biblioterapia com mulheres dependentes químicas. Ainda associei balões e panos coloridos. Ficou muito bom e o resultado da atividade foi surpreendente!!!

    ResponderExcluir
  2. Maravilhosa essa crônica de Julio Cesar Lima. Trabalhei com ela em encontro de Biblioterapia com mulheres dependentes químicas. Ainda associei balões e panos coloridos. Ficou muito bom e o resultado da atividade foi surpreendente!!!

    ResponderExcluir