Não há decisões estabanadas, nenhuma história termina no dia em que ela realmente acaba. Há sempre um desvencilhamento anterior lento, sutil.(Como quando alguém percebe que gradualmente foi perdendo o apetite na hora em que costumava sentir mais fome). Não há aquilo que poderia ser feito de outro jeito. O aprendizado incluía as decepções e os acertos de ambos os lados. E, neste ínterim, os momentos de encontro: dos sonhos, solidões ou prantos. Não há dor que se amenize usando a força momentânea da raiva. Um coração machucado precisa de silêncio e colo, não de berrar aos quatro ventos sua falsa independência.
Há ruídos que maculam o que deveria ser preservado. Há que haver gratidão pela lição que vem do que não pode ser mudado. Mas há sempre a possibilidade da transmutação. Numa desilusão, esteja atento: ninguém se perde de si mesmo porque foi abandonado. Por maior que seja a luz, não deixe que a sua sombra o encubra só porque um ciclo acabou sem explicações plausíveis. Há sempre alguma coisa nova por nascer e que precisa deste espaço. Há sempre uma história mais bonita adiante. Há sempre uma forma mais saudável de lidar com sua dor. E recriar o seu destino, tentar se harmonizar com as decisões do outro sem trazer para si as incompletudes dele, é uma forma bem mais interessante de sentir amor.
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